Eu me chamo Mayara e tenho 28 anos. Em outubro de 2016 descobri para minha surpresa que seria mãe. Não havia planejado, mas fiquei muito feliz com essa linda noticia. Infelizmente no mês seguinte, passei pela minha primeira e terrível perda. Em uma ultra rotineira descobri que meu filho havia partido com 7 semanas. Sofri muito, passei por momentos complicados, tive uma hemorragia tao forte que achei que morreria, achei que não suportaria a dor do luto.
Deus restaurou minha saúde e em janeiro de 2018 minha médica me liberou para tentar engravidar. No dia 16 de fevereiro eu levantei e disse para meu esposo, estou grávida! Eu simplesmente sabia. Fiz o beta que só confirmou aquilo já era nítido para mim. No mês seguinte, ao realizar a primeira ultra tive uma linda surpresa. Em meu ventre eu gerava duas vidas. Fiquei preocupada, porém muito feliz.
Quando completei 22 semanas, ao realizar uma ultra de rotina, uma bomba caiu sobre nossas vidas. A minha princesa havia partido. Saí daquele consultório tão atordoada que não conseguia entender bem o que estava acontecendo. Naquele momento não sabíamos como eu levaria a gestação. Não era um caso comum, não havia muito que se fazer. Os poucos casos na literatura não eram favoráveis e o que a medicina dizia era que minha gestação não tinha chance de passar dos 6 meses.
Eu tinha medo de tantas coisas, eu me controlava para não chorar pela perda da minha filha, pois achava que isso podia fazer mal ao meu filho. Eu tinha medo do meu filho morrer porque não sabia o que havia levado à morte da minha filha. Eu me sentia tão sufocada. Eu tinha feito tantos planos… Como conseguir gerar um filho vivo, sabendo que dentro de mim meu corpo abrigava um filho morto? Eu não podia tirar ela sem tirar ele.
Nesse momento eu precisava de um imenso milagre. Meu esposo e eu nos apegamos a Deus. Só Deus podia trazer meu filho vivo e saudável. Entregamos tudo nas mãos dele. Eu fazia ultras quinzenais para acompanhar o desenvolvimento do nosso bebê. Já sabíamos que qualquer alteração era um risco e o parto iria ter que acontecer. Cheguei aos 7 meses. Consegui tomar os corticoides para amadurecer os pulmões dele, Deus foi me ajudando, me acalmando, me dando paz e conforto. Lutei para trazer meu filho a esse mundo. Deus foi me mostrando os porquês, foi me dando entendimento e muita força.
Cheguei aos 8 meses e, no dia 6 de setembro de 2017, com 33 semanas, entrei em trabalho de parto. Lembro que perguntei à médica se ele tinha boas chances de vida. Ela sorriu e me disse que meu Emanuel havia superado todas as expectativas. Às 19h40 dei à luz um lindo bebê. Ele realmente veio acima das expectativas. Veio ao mundo com 2.230kg. Enfrentamos a UTI porque ele era prematuro. Mas também vencemos essa batalha.
Hoje meu amor está com 1 ano e 5 meses. É super inteligente e saudável. Não tem nenhuma sequela. É um guerreiro. É o meu tudo. É o meu milagre. Cada coisinha que ele aprende é um motivo a mais para agradecer a Deus.
Não há um dia que não pense nos meus filhos que estão no céu. Não tenho tristeza, tenho saudade. Um dia vou conhece-los. Eu sei que eles estão guardados com Deus. Hoje quando conto essa histórias às pessoas, vejo o quanto Deus me ajudou, não conseguiria sozinha. Foram 11 semanas com um filho morto e um vivo dentro de mim. Não foi fácil, e ainda não é. Mas conto essa historia para que todos possam ver que existe esperança. Milagres existem! Deus realiza milagres! Algumas semanas são mais dificies que outras, mas aí lembro tudo o que Deus fez por mim e me lembro que Deus sabe de todas as coisas.
Família linda q tive o prazer de conhecer naquela Uti neonatal!
❤
Só nós que passamos pela dor da perda de filhos sabemos como é.
Graças a Deus que Ele restitui sua família ❤️
Que Deus os abençoe ainda mais!😘🙌🏽